A tomografia computadorizada é um exame diagnóstico não invasivo, que usa raios-x para compor imagens de qualquer parte do corpo em escala de cinza, com boa resolução anatômica.
As imagens geradas são obtidas em fatias axiais que podem ser reconstruídas, através do software do aparelho, no ângulo desejado. Normalmente são avaliadas as camadas axiais – aquelas perpendiculares à altura, como se fossem olhadas de baixo para cima; as coronais – aquelas paralelas ao plano do paciente sendo olhado de frente; e as sagitais – que são as fatias paralelas ao paciente visto de lado.
A indicação da tomografia computadorizada é estudada caso a caso e não como um exame de rastreamento de rotina em pessoas saudáveis. Os aparelhos de tomografia utilizam radiação ionizante, em uma dose maior que as radiografias simples, e por isso é um exame indesejado para gestantes, crianças ou em repetidas ocasiões para um mesmo paciente. A tomografia serve tanto para a avaliação da região da queixa, quanto para o estadiamento de tumores malignos, onde avaliamos outros sítios além do local do tumor primário, em busca de metástases assintomáticas e ocultas no momento do diagnóstico.
Muitas vezes, sobretudo nos exames de cabeça e pescoço, é necessário o uso endovenoso de contraste iodado, uma substância que aumenta a resolução anatômica realçando diferenças entre tecidos e órgãos vizinhos representados numa determinada imagem. Pacientes com histórico de asma, alergias e atopia podem precisar de procedimentos específicos antes da injeção, dado o risco de reação anafilática (alergia grave). Pessoas que tomam Metformina, um medicamento para diabetes, precisam informar o uso do medicamento ao agendar o exame, pois receberão recomendações específicas para suspender o remédio por um período para minimizar o risco de complicações clínicas por interação com o contraste. Do mesmo modo, pacientes com perda de função renal devem informar essa condição antes de receber qualquer tipo de contraste. Mesmo pacientes saudáveis podem ter um pequeno risco de lesão renal ligada ao contraste. Pacientes com hipertireoidismo (tireoide hiperfuncionante) podem também ter o uso de contraste contraindicado, pelo risco de exacerbação da doença.
Antes do exame, principalmente quando haverá uso de contraste, o paciente deve fazer um jejum de acordo com a recomendação do laboratório. Normalmente não há necessidade de nenhum tipo de sedação, a não ser em situações específicas em crianças ou em certos distúrbios neurológicos. Gestantes e mulheres com suspeita de gravidez, devem comunicar a condição à equipe técnica responsável antes de entrar na sala.
O laboratório fornecerá ao paciente uma troca de roupa, e os objetos que contenham metal, como brincos, piercings, fivelas e correntes, devem ser removidos pois podem gerar distorções nas imagens finais.
Durante o exame, o paciente fica deitado na maca deslizante do equipamento, de barriga para cima, e com a cabeça apoiada em um encosto, de modo que ele permaneça imóvel e com os braços esticados ao lado do corpo ou sobre o abdômen. Um técnico presente na sala ajudará no posicionamento e dará as orientações.
Se houver a necessidade da utilização de contraste, ele poderá ser administrado durante a aquisição das imagens.