Não temos como afirmar quem terá câncer ou não, afinal, esse problema pode se manifestar tanto em pessoas com histórico de hábitos de risco quanto naqueles sem predisposição genética ou familiar e que levam uma vida perfeitamente saudável.
No entanto, apesar das incertezas que ainda envolvem o câncer, é fato que alguns fatores contribuem claramente para o seu aparecimento. No caso dos cânceres da boca e da orofaringe, alguns desses agentes já são bem conhecidos. Por isso há medidas preventivas que podem ser adotadas com o intuito de minimizar o risco e promover saúde.
O câncer de boca e orofaringe é aquele que afeta o lábio, estruturas da cavidade oral e da parte alta da garganta. Ele se manifesta na forma de feridas, espessamentos ou crescimentos, mais comumente superficiais, mas que podem estar ocultos atrás da língua, atrás dos últimos dentes ou no espaço entre os dentes e a mucosa da gengiva. Esses cânceres, em particular, são extremamente mais comuns entre os indivíduos expostos aos fatores de risco e raros em quem não teve exposição ao longo da vida.
Neste artigo falaremos mais sobre esses desencadeantes e mostraremos medidas que podem ser adotadas para reduzir as chances de desenvolvimento do câncer de boca e orofaringe. Continue lendo e veja o que você pode fazer para ter mais saúde e evitar esta doença assustadoramente mórbida e mutilante!
Índice
Os vírus HPV são mais conhecidos por desencadear o câncer de colo de útero e de pênis, mas eles também estão relacionados ao desenvolvimento do câncer de orofaringe. O HPV oral é transmitido de pessoa para pessoa principalmente pelo sexo oral e possivelmente por outras vias.
Desse modo, o risco de infecção pelo HPV pode ser minimizado evitando-se a prática de sexo oral sem proteção e limitando o número de contactantes que possam carregar o vírus, limitando-se o número de parceiros ao longo da vida. A proteção pode ser feita pelo uso de preservativos e mecanismos de barreira, como lençol dentário (dental dam) ou uma camisinha aberta longitudinalmente bloqueando o contato direto, no caso de relação oral-vaginal ou oral-anal.
A vacina de HPV que previne os cânceres genitais também pode prevenir a infecção pelos subtipos do vírus que causam a infecção oral e possivelmente pode proteger contra o câncer de orofaringe. Esta vacina é eficaz quando aplicada em indivíduos jovens, antes do início da vida sexual.
Entre os diversos malefícios que o tabaco provoca estão os impactos negativos sobre a mucosa da boca, da faringe e da laringe. Fumantes têm uma propensão maior para problemas bucais como a gengivite e também para o desenvolvimento do câncer de boca. Todo tipo de convívio com tabaco é perigoso, desde o fumo que é mascado ao cigarro com filtro, passando pelo fumo de palha, charutos e cachimbos. O consumo de maconha também está ligado ao surgimento de câncer da boca.
Bebidas alcoólicas potencializam o efeito nocivo do tabaco na promoção desses cânceres, e esse efeito é tanto maior quanto maior seu consumo. Em outras palavras, o fumo e a ingestão de álcool devem ser intensamente desencorajados. E contra-indicamos, mais ainda, a coexistência desses 2 hábitos.
O surgimento e o desenvolvimento, e mesmo o tratamento de um câncer de boca, são afetados pelo estado de saúde dos dentes e da mucosa de revestimento da cavidade oral.
Portanto, o acompanhamento odontológico e os cuidados de higiene de rotina não podem ser negligenciados. É muito importante fazer a escovação regular dos dentes, o uso do fio dental e as limpezas periódicas para prevenir inflamações e infecções.
Aparelhos ortodônticos, placas miorrelaxantes e próteses dentárias são dispositivos que visam promover qualidade de vida para pessoas com problemas estruturais e funcionais das arcadas dentárias. Por outro lado, são elementos estranhos à cavidade oral e podem ser nocivos quando seu ajuste é imperfeito. Eles devem estar bem assentados de forma a nunca causarem atrito crônico sobre as mucosas. Acredita-se que estes ferimentos repetidos na região favorecem o surgimento de câncer oral.
Existem algumas lesões que, embora assintomáticas e nada graves, podem evoluir para um câncer de boca ao longo do tempo. Elas são consideradas lesões pré-cancerígenas ou pré-malignas, e precisam ser reconhecidas e tratadas antes que evoluam para um tumor maligno.
A leucoplasia e a eritroplasia são dois exemplos de lesões que exigem atenção. Há quem acredite, também, que o líquen plano oral e lesões liquenóides da boca possam raramente evoluir para um câncer.
Lembre-se, ainda, que os lábios precisam de proteção contra a radiação do Sol e que a lesão solar do lábio, chamada queilite actínica, precisa ser avaliada e tratada.
Com esses cuidados você estará elevando a sua qualidade de vida e preservando a sua saúde.